01/12/2016

A Aids cresce também entre a população da terceira idade

Apesar de todos os avanços de tratamento a Aids é a quarta doença que mais causa morte no mundo.

 

A partir do dia 1º de Dezembro diversas ações serão realizadas pelo Brasil para marcar o Dia Mundial de combate à Aids/HIV, com foco no incentivo do uso de preservativos como forma de prevenção da Aids/HIV, a importância do diagnóstico precoce (fazer o teste para saber se é soro positivo ou não) e no tratamento da doença.

 

O último levantamento realizado em 2013 apontou que a Aids atingia 0,4% da população brasileira - cerca de 734 mil pessoas. Deste total, 145 mil ainda não sabiam que têm HIV, segundo dados do Ministério da Saúde, ou seja, estão transmitindo o vírus para outras pessoas (através da prática sexual sem uso de preservativo) por não saberem que estão contaminados.  E a estimativa é que estes números tenham aumentado ainda mais.

 

Aids/HVI  e a terceira idade

 

Como o assunto “sexo na terceira idade” ainda é um tabu, a discussão sobre a incidência da Aids nesta faixa da população ficou por muito tempo à margem das políticas públicas, das campanhas de prevenção e das conversas cotidianas. O resultado disto é que a presença do HIV na terceira idade cresceu mais de 80% nos últimos 12 anos, segundo o Ministério da Saúde, e na maioria dos casos a desinformação foi responsável pelo idoso ter adquirido a doença.

 

Nos últimos anos, a incidência de AIDS em pessoas com mais de 50 anos cresceu bastante, preocupando as autoridades sanitárias. Se o primeiro caso surgido nessa faixa etária no Brasil foi em 1987 (sete anos após o aparecimento da doença no País), hoje essa parcela já responde por 9% das notificações.

 

A AIDS é uma doença que ataca o sistema imunológico do organismo através do vírus HIV (vírus humano da imunodeficiência), fazendo com que o mesmo fique fragilizado, podendo ser contaminado com o vírus de várias outras doenças.

 

O avanço da Aids entre o público com mais de 60 anos está associado a uma junção de diversos fatores, como o arsenal de medicamentos disponível para disfunção erétil, que prolongou a vida sexual das pessoas, o aumento da expectativa de vida, gerando uma parcela grande de idosos na sociedade, e, possivelmente, a resistência ao uso de preservativos. Teoricamente, os mais jovens já nasceram em uma cultura na qual o uso da camisinha é uma realidade, por isso teriam menor dificuldade em assimilar o uso.

 

Uma preocupação adicional com o os idosos é a possibilidade, com o diagnóstico positivo de HIV, de prescrição de medicamentos com fortes efeitos colaterais, ainda mais para pacientes com uma saúde frágil. Entre outros efeitos provocados pelos antirretrovirais, estão os riscos de infarto, diabetes e insuficiência renal. Por isso, a necessidade ainda maior da prevenção.

 

Diálogo

 

O reflexo da falta de diálogo está no Diagnóstico. Muitos idosos não usam preservativo porque acham que não precisam ou por medo de perder a ereção ao colocar a camisinha. Segundo especialistas, muitos não sabem se têm a doença porque os médicos nunca tocam no assunto. Já os soropositivos não têm ideia de quando contraíram o vírus.

 

A mídia em geral fala muito sobre a Aids entre os jovens e adultos. Mas pouco se fala sobre a doença na população idosa. Um estudo publicado na revista "Brazilian Journal of Infectious Diseases" assinala que a mortalidade por Aids entre idosos é 15% maior do que entre os jovens.

 

“A explicação para a morte desses pacientes é que eles iniciaram o tratamento tarde demais”, afirma a professora Marise Oliveira Fonseca em depoimento em entrevista concedida ao portal Plena. “Muitos idosos não só desconhecem que estão infectados, como também nem chegam a suspeitar que são portadores do vírus HIV”, completa.

 

Alerta

 

A Aids não tem cura, mas os portadores do HIV dispõem de tratamento oferecido gratuitamente pelo Governo. Ao procurar ajuda médica, em um dos hospitais especializados em DST/AIDS, o paciente terá acesso ao tratamento antirretroviral. Os objetivos do tratamento são prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida do paciente, pela redução da carga viral e reconstituição do sistema imunológico. O atendimento é garantido pelo SUS, por meio de sua rede de serviços.

 

 Por isso, a frase que ouvimos em todos os meios de comunicação nos últimos 30 anos vale para os jovens e para a “moçada da 3ª idade” também: “Faça sexo seguro. Use camisinha!”.

 

Serviço:

 

Faça exames de HIV e outras DSTs gratuitamente em São Paulo

A Prefeitura da cidade de São Paulo, disponibiliza a população um serviço de excelente qualidade na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e, principalmente, a AIDS.

Diversas unidades básicas de saúde realizam o exame sem cobrar nada do paciente e o resultado, caso positivo, ainda conta com um auxílio da prefeitura em apoio psicológico e tratamento das doenças.

Clique aqui para ver a lista de endereços e telefones fornecidos pela própria Prefeitura em cada região da cidade de São Paulo divulgada pelo site Planeta América Latina.